Câncer de Ovário e o Consumo de Leite
O consumo diário de 1 ou mais copos de leite, ou seu equivalente em derivados de leite – (iogurte, queijos, manteiga, entre outros) -, tem demonstrado um aumento 3 vezes no risco de desenvolver câncer de ovário quando comparado com aquelas que não fazem uso de leite e derivados.
A escola médica de Harvard realizou um estudo na qual analisou dados de 27 diferentes países, para encontrar a mesma incidência de câncer de ovário e o consumo de leite e derivados.
Um dos primeiros estudos em que se sugeriu esta relação do consumo de lactose e seu possível fator de risco para câncer de ovário foi publicado pelo The Lancet pelo Dr. D .W. Cramer et al. em 1989*.
Mais recentemente, num estudo realizado pela Escola de Enfermagem de Harvard avaliou o consumo de lactose, leite e seus derivados e sua relação com risco de câncer de ovário em mais de 80.000 mulheres. Foram acompanhadas por mais de 16 anos e observaram-se 301 casos com 1 tipo específico de câncer de ovário neste estudo de grupo. O resultado sugere que mulheres que mais consomem lactose apresentam duas vezes mais riscos de desenvolverem um tipo de câncer de ovário do que as mulheres que consumem menos. Foi sugerido que a galactose (um componente da lactose) pode danificar as células do ovário, tornando mais susceptível ao câncer**.
Em 2004, Susanna Larsson e colegas do Instituto Karolinska em Stockholm, Suíça, publicou um estudo no American Journal of Clinical Nutrition que examinou a associação entre a ingestão de produtos derivados do leite e lactose e seu risco de câncer de ovário. Neste estudo com 61.084 mulheres na faixa etária de 38 a 76 anos, na qual foram acompanhadas por mais de 3 anos constatou-se que após treze anos e meio, 266 participantes foram diagnosticadas com câncer de ovário. Resultados sugerem que aquelas mulheres que consumiam 4 ou mais porções de leite e/ou derivados tinham o dobro de risco desta doença quando comparadas com aquelas que não consumiam estes alimentos ou que consumiam pouca quantidade.
Com isso, talvez deveríamos observar nosso consumo de leite e seus derivados, afinal o leite foi o principal associado ao câncer de ovário.
Segundo pesquisas realizadas pela Universidade de Harvard, o leite não necessariamente é a melhor fonte de cálcio, bem como deve ser consumido com moderação, pois seu alto consumo pode estar associado ao aumento do câncer de próstata e de ovário.
Mas a boa notícia é que existem outras excelentes fontes de cálcio na natureza, potencialmente saudáveis e de maior biodisponibilidade como vegetais de folhas verdes; brócolis; espinafre; sementes de gergelim; linhaça; grão de bico; chia, entre inúmeros outros alimentos.
Alguns hábitos também são importantes para um excelente equilíbrio de cálcio no nosso organismo.
Seguem algumas sugestões:
- Pratique atividade física;
- Lembre-se do banho de sol diário;
- Tenha uma dieta rica e diversificada de nutrientes, afinal, nós precisamos de outros sais minerais além do cálcio e da vitamina D para que tenhamos ossos fortes e não soframos de doenças como osteopenia/osteoporose;
- Procure consumir alimentos orgânicos, estará poupando seu corpo de agrotóxicos e de quebra estará favorecendo o meio ambiente.
Aprofundando um pouco mais sobre as fontes de cálcio para o nosso organismo, percebemos também outros benefícios disponíveis nesses alimentos que o leite não nos oferece:
– Grão de bico: A cada 100g do alimento são obtidos 120mg de cálcio. Outras vantagens do consumo é a sensação de saciedade, melhora do fluxo intestinal e obtenção de proteínas (Confira nossa Receita Sublime de Patê de Grão de Bico Germinado);
– Espinafre: Cada 100g do vegetal contém 160mg de cálcio. Fonte de fibras e antioxidante, também é alto o seu teor de ferro que faz com que ele seja potencialmente indicado às pessoas que sofrem de anemia ferropriva;
– Gergelim: Na semente de gergelim encontramos: 400mg de cálcio em cada 100g, como também, costuma ganhar destaque por atuar como coadjuvante na perda de peso graças à alta concentração de fibras, conhecidas por proporcionar saciedade. Nutricionistas também a recomendam para regularizar o trânsito intestinal e controlar a glicemia. Por fim, estudos mostram que as gorduras insaturadas presentes na semente de gergelim agem de forma positiva na regulação do colesterol e do triglicérides – (Confira nossa de Leite de Gergelim);
– Linhaça: Uma porção de 100g de linhaça contém 200mg de cálcio. Essa mesma quantidade oferece cerca de 490 calorias. A linhaça também é fonte da gordura poli-insaturada ômega-3 que previne contra doenças cardiovasculares e, segundo Dr. Gabriel Cousens, a taxa de conversão de ômega-3 de cadeia curta para cadeia longa da linhaça é de 1-3%, mas quando adicionando o óleo de coco à linhaça pode-se dobrar a taxa de conversão chegando a 6-10%.***
– Semente de chia: São 556,8mg a cada 100g de cálcio na semente. Também é rica em ômega 3, fibras, ferro e proteínas. A chia ainda é conhecida por proteger o coração, melhorar o sistema imunológico, combater cãibras, fornecer sensação de saciedade e auxiliar no funcionamento do sistema nervoso.
Gostou do nosso artigo?
Compartilhe com pessoas que podem se beneficiar com estas informações.
Amor e gratidão, à vida e a vocês! Até a próxima.
Dr. Lincoln Hashimoto – CRM-SP 149.063
**Nota do Autor**
Os textos, vídeos, artigos, receitas, ou seja, todo o conteúdo presente neste site, bem como, demais compartilhamentos são de caráter informativo.
Procure uma avaliação especializada para um acompanhamento digno, amigável e transparente em suas informações e conduta.
Sem comentários